segunda-feira, 16 de maio de 2011

Há mulheres na música experimental?

Fui a dois dias do #1 Dis Experimental na Dissenso, como ouvinte e curiosa, alguém que simplesmente gosta sem necessariamente entender o que se passa, ou no caso, o que se escuta. Mas foi impossível não sentir falta de mulheres tocando ali. Ouvi o debate que ocorreu no último dia e continuei com a questão na mente, que fui, alguns dias depois, compartilhar com Muriel e Erick (Dissenso). Eles acharam a questão importante e comentaram que seria legal ter mulheres tocando nas edições seguintes do Dis, e que eu poderia ajudar a encontra-las. Divulguei a ideia no Facebook, na minha página e na página do Histérica, fanzine feminista que escrevo com Carla Duarte (RJ) e Íris Nery (BA), e por e-mail, que enviei para uma lista de contatos foi publicado pela Marina Paiva no portal feminista Avessa.
O resultado do nosso interesse e busca por música experimental feita por mulheres é a participação de Ariane Stolfi e Lídia Codo na #2 Dis Experimental. Por ideia do Glauco (Dissenso), Katia Abreu, Barbara Lopes e eu entrevistamos Ariane e Lídia. A entrevista foi um bate-papo muito bacana feito via skype e celular, focando no trabalho e influências das artistas e nas opiniões delas a respeito de questões relacionadas à presença da mulher no ambiente da música expermental/noise.
Ariane Stolfi começou fazendo experimentos musicais, sozinha, em casa, depois comprou um gravador digital para registrá-las, e mais tarde surgiram convites para sonorização em eventos de poesia. Sua apresentação na #2 Dis será uma mistura de sua produção antiga (músicas eletrônicas, segundo ela mesma, bem “primitivas”) e coisas novas de noise, microfone aberto, improvisação vocal e composição que será feita na hora.
Lídia Codo começou fazendo noise e experimental na Orquestra de Laptops de São Paulo. Ela também participa de um projeto colaborativo, mais popular, chamado Astttronautttas, que é composto por 18 pessoas. Na #2 Dis ela apresentará o Inverso (num set feito especialmente para o evento), seu primeiro projeto sozinha, que começou com músicas que trabalhavam textos de autores conhecidos, lidos por alguns atores. Hoje, além dos atores que declamam, há poesias do Fernando Pessoa e poesias da própria Lídia também no Inverso.
Ariane e Lídia conhecem poucas mulheres que fazem noise, experimental e afins, concordam que o noise é mais aberto, mas há menos mulher ainda, e acham os encontros do pessoal que faz esses tipos de música muito importantes.
Ariane comentou que fora do Brasil há mulheres fazendo mais performance multimídia, e que a música em geral (exceto música pop) é um ambiente meio machista. Ela disse também que nunca foi mal recebida mas percebe que há uma diferença quando uma mulher pega um instrumento em jam sessions, por exemplo.
Lídia é a única mulher da orquestra da qual ela participa, sente-se bem recebida. Mas percebe que há um universo muito masculino, onde não há expectativa de haver mulheres e quando há, ocorre um estranhamento. Para ela as mulheres podem estar afastadas do noise por estarem afastadas da tecnologia.
Nenhuma das duas possui uma proposta feminina, nem feminista de música, mas dizem que em seus trabalhos é possível enxergarmos que elas são mulheres. Para Lídia não é de propósito, não há intenção de ser feminista, há coisas que passam pela cabeça dela que não passariam pela cabeça de um homem. Coisas que a identificam como mulher aparecem em sua música, mas não a delimita. No trabalho de Ariane não há busca pelo feminino, mas há coisas que só uma mulher poderia fazer, suas letras são escritas de uma perspectiva feminina.
As duas são bem ecléticas na hora de ouvir música e acham que suas referências vem mais do ambiente de fora da música. Ariane ouve qualquer tipo de música, e para pesquisa se concentra mais na produção do que em referências. Ela faz música experimental e música mais pop, inclusive ganhou um concurso de marchinhas no Carnaval, com uma música chamada “Me assa”. Arquitetura e poesia concreta são também suas influências. Lídia nos contou que tenta ser eclética, ela pensa que restringir não vai ajudar, tenta ir até a música mais brega, e não possui um estilo muito especifico para ouvir sozinha. Para pesquisa ela busca “pensar fora da caixa”, tenta ver música como “vivenciar uma experiência”. Literatura, artes plásticas e poesia também a influenciam.
O debate que vi na 1# Dis foi bastante interessante, para mim foi a primeira vez que ouvi alguém falar e discutir sobre música experimental. Quase todas as pessoas que falaram ali eram homens. Não senti um ambiente machista, nem no debate, nem conversando com as pessoas que conheci lá, então o questionamento em relação à ausência de mulheres era mais instigante, já que eu tinha a pergunta, mas não tinha a resposta. Buscar e encontrar meninas para a segunda edição do festival, e conversar com elas a respeito disso tudo, me parece uma tentativa de responder à pergunta, de ampliar a questão, não procurando por uma resposta exata, mas sim pensando e construindo uma nova resposta.





#2 Dis Experimental apresenta destaques da música de vanguarda


Segunda edição do evento dedicado a sonoridades experimentaisacontece nos dias 21 e 22 de maio na Casa Dissenso com entrada gratuita

Nos próximos dias 21 e 22 de maio, a Casa Dissenso realiza o #2 Dis Experimental. Organizado pela Dissenso com apoio de Barulho.org, Ibrasotope, Norópolis, Desmonta, Histerica Zine e Metanol, esta é a segunda edição do evento, que em sua estreia, em fevereiro, recebeu centenas de interessados em conhecer e discutir os rumos da música experimental.

No sábado, a abertura do evento fica a cargo de Lídia Codo com o projeto Inverso, em que poemas de Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade servem de ponto de partida para experimentações eletrônicas. Do Chile, Daniel Llermaly traz o dub do La Golden Acapulco, que já percorreu diversos países da América latina colhendo elogios de crítica e público. Fechando a noite, Maurício Takara (Hurtmold, São Paulo Underground e M.Takara 3) sob ao palco para apresentar seu novo projeto Mundo Tigre, um mergulho solo na IDM (intelligent dance music).

O domingo começa com Ariane Stolfi mixando ao vivo as composições de seu primeiro álbum, protomúsica, com microfone aberto a improvisações vocais dela e de convidados. Na sequência, Akin e Carlos Issa (Objeto Amarelo) exploram os limites entre timbres pesados e texturas minimalistas nas ambiências ruidosas do Afasia. E por fim, Fabio Lazlo faz sua performance a partir de sons captados em tempo real e enviados por celular de lugares como São Paulo, Londres e Lisboa e Paulo Beto (Anvil FX, ZEROUM) mostra seu celebrado trabalho com modulações eletrônicas; os dois prometem ainda uma jam especial para encerrar o #2 Dis Experimental com chave de ouro.

Além de reunir seis projetos de vanguarda na música, o festival novamente integra uma mostra de vídeos, com curadoria da artística plástica Ana Elisa Carramashi e do produtor Márcio Black, e, nos intervalos dos shows, contará com seleção musical de Akin Deckard, que irá transmitir o áudio do evento ao vivo pela Rádio Metanol. A entrada é gratuita.

PROGRAMAÇÃO - #2 DIS EXPERIMENTAL

_Sábado - 21 de Maio

Inverso (Lídia Codo) [www.myspace.com/astronauttas]
La Golden Acapulco (Daniel Llermaly - Chile) [www.myspace.com/lagoldenacapulco]
Mundo Tigre (Mauricio Takara) [www.mtakara.com]

*Seleção de Vídeos: Ana Elisa Carramashi


_Domingo - 22 de Maio

Ariane Stolfi [http://finetanks.com/musica/protomusica.html]
Afasia [www.noropolis.net/afasia.php]
Paulo Beto [www.myspace.com/01zeroum] & Lazlo [http://soundcloud.com/lazlo-ii]

*Seleção de Vídeos: Marcio Black (Barulho.org)

*Seleção Musical Mecânica Akin Deckard
(Transmissão do áudio ao vivo pela internet. Rádio Metanol - metanol.fm)


Sobre a Casa Dissenso:
Localizada em um sobrado na rua dos Pinheiros, a Casa Dissenso é sede do selo e distribuidora do mesmo nome, responsável pelo recente lançamento de Anatema, álbum de estréia da banda Labirinto, e também abriga uma loja especializada em discos, DVDs, pôsteres, toy art, camisetas e outros produtos de artistas alternativos de todo o mundo. Eventualmente, abre seu andar superior para eventos dedicados a arte independente e oferece ao público uma diversa carta de cervejas a preços honestos. Horário de Funcionamento da loja: segunda à sábado das 11h às 19h (até 1h nos dias de evento).


2# Dis Experimental @ Casa Dissenso
Dias 21 e 22 de maio, a partir das 17h (início dos shows às 19h)
Casa Dissenso: Rua dos Pinheiros, 747 - Pinheiros - São Paulo, SP
Telefone: (11) 2364-7774
Capacidade nos eventos: 80 pessoas
Censura: 18 anos (nos eventos)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Friday tastes better in her mouth

Sou aquela que além de atualizar blog sexta feira a noite limpa o banheiro, mas essa parte rotineira é esmagada por GOXXIP. Hoje ouvi o Live in Liverpool várias vezes, e finalmente "descobri" (não conheço George Michael) que Careless Whisper é do George Michael. Confesso que ainda não ouvi a versão original, mas pretendo porque me lembro de outra música dele que ficou na minha cabeça. Era de um comercial daquela série Eli Stone, de um episódio que o próprio George Michael participa.
Mas, claro é que a voz da Beth (sacou? íntimas) é perfeita, e nessa música parece atingir um grau maoir de perfeição. Não sei se é aquela letra que passa um filmezinho na sua cabeça, ou o baixo e a bateria que te fazem dançar, você querendo ou não. Ainda vou descobrir o mistério desse cover.

Por isso que to dizendo, boa faxina pede GOXXIP. Se vc sabe faxinar e ouve GOXXIP a faxina fica boa, se vc não sabe faxinar e ouve GOXXIP a faxina continua sendo boa, porque você tá ouvindo uma banda foda. Por isso: friday tastes better in her mouth, mesmo que em casa, fazendo uma coisa chata.

To our pleasure:


The Gossip - Careless Whisper

Agora é a hora de virar diário, fazer coraçãozinho em volta da fota e tudo mais


Perfeita


Foto horrível (fiz printscreen de um video), mas é Misfits


O segredo da beleza é a simetria


Pick yr favs aqui e aqui

segunda-feira, 5 de julho de 2010

música na confusão

toda vez que o calo aperta eu corro pra música. mas dessa vez não deu, por alguns motivos e por eu estar ouvindo as mesmas coisas sempre (dicas de novas bandas, julie e iris, MODE ON). dessa vez ouvi menor quantidade de músicas, mas compilao aqui rápida e friamente as bandas ouvidas, já que não temos vindo aqui pra escrever.

Jersey Killer - Te amo hast el infierno!
peguei o cd no show dele em volta redonda. arte bacana, letras em inglês cantada pelo argentino dieguis, que também foi (ou é? na verdade não sei) vocalista do venice, banda de hardcore 80 da argentina, muito boa por sinal.
como o nome do disco sugere músicas de amor feliz e também de coração partido. o jeito punk de cantar e tocar temas que com pouco cuidado podem soar pedantes e chatos deixam as músicas mais legais.

I Shot Cyrus - Tiranus
hmmmm. acho que é o cd que mais gosto deles. mas sempre fico em dúvida.
as músicas do split com kriegstanz são fodas também, mas por eu ter ouvido muito muito mais o tiranus acho que ele vence. hmmm não sei.

Good Luck - tem músicas novas no myspace pra baixar!
how to live here continua protagonizando as idas e vindas pelas mesmas ruas dessa cidade.

Vivian Girls - Vivian Girls
acho que a música mais legal delas é the end.


Parallèles - Bande Dessinee
ah, dançar melodias legais com letras sobre o ódio queimando dentro.
O aúdio do vídeo não tá muito bom, é melhor ouvir o myspace delas, ou procurar o disco pra baixar.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

parapaparapá



quando comecei a ouvir rock nunca imaginei que fosse gostar de polara ou socializar isso. mas como isso é uma blog diária pensei que seria válido. como o tempo é curto e as coisas são muitas fica a fota do polara. a primeira coisa que ouvi deles foi o split com college. depois o tempestade bipolar. agora o collouetil, sussa e inacabado. viva o slsk. se alguém aí quiser vender algo que tenha deles, to comprando. pago à vista. se eu fosse fazer um top 3 deles, hoje, seria: ansiedade, rabo de galo e boate.
mas tipo, bate um vento e a lista muda, sabe como né. meu próximo post tem que ser mais up né? dinosaur jr e polara em seguida. to maricas? e tenho que fazer top 4, porque pela última vez é sempre foda.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

tem alguém aí?

meu tempo tem ficado por conta da faculdade, mas não abandonei meu pendrive. inclusive, parei de ouvir le tigre pra ver a entrevista da santaella no provocações.
e hoje também pude ouvir dinosaur jr, não como eu queria, mas ouvi.



até uma próxima vez.

e eu anunciei um outro post uma resenha ou relatos sobre o ladyfest. estamos todas de greve. e a imagem que fiz acima foi baseada numa foto nossa, no ladyfest. yey!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

do us all a favor and get outta here!


enquanto participante bastarda deste blog, este é o meu primeiro post e eu queria falar de uma banda que conheci através do scene report publicado no blog da carla, o cabeça tédio, e que fez minha semana, indo pra faculdade e balançando a cabeça no ônibus com o mp4 no volume 31.
a banda se chama CHEEKY, e faz um punk rock simples com swing que me deixou viciada e sempre com vontade de cantar Get outta hereeeeeee, leave me aloooneeeeeeeeee!!!

é o tipo de banda que eu queria um dia ter...



CHEEKY-CHOKE ON A CHEESEBURGER

domingo, 16 de maio de 2010

como viver aqui?

peguei a good luck fever. a febre good luck, dito isso acredito que o resto do post seja redundante a essa explicação inicial. yeap.

achei esse vídeo foda de how to live here:




foda porque da pra ver a banda, as pessoas, em primeira pessoa, parece que eu to lá dentro. só parece, na verdade eu queria estar né. até escolhi meu lugar no show, queria estar perto desse garoto de blusa verde. se você ver o vídeo vai ver que no lugar dele até o suor do vocalista ele recebe.



pra terminar, deixo a letra que eu estaria sing along:

Here we are in this world.
I don't know how we got here, but somehow we learned how to live here.
Now our brains are too big for our heads. They're expanding.
You can order your life through meticulous planning,
but it's a crapshoot
when things unexpectedly start to move faster.
And you try to avert a disaster.
But you can't always get what you're after.
I know you know this.

We all want to feel content,
but we need more than a place to shit and to lay a bed.
If sometimes living doesn't terrify you, if love doesn't pulverize you, then where are you at?
Where's the power in that?
Though it's been nothing but complicated
since the first time that two people dated,
and your heart makes you deathly afraid,
it's all you've got.

Is it impossible, friend?
Is it only a dream to find truth in the visions you see?
Or to believe the love that I'm waiting for is somewhere waiting for me?
Well maybe the way to get what you want
is to stop waiting for it to show up.
Have faith in the wind and the rain it will come (but only if you let it come).

Yeah, everyone feels alone.
Maybe more, maybe less, maybe this year or next or when they grow old.
But what a bogus affliction!
It's the human condition. We all want affection
and the sound of another heartbeat.

Maybe when this ends and the stars all call down for me
it'll finally make sense, or just as likely still be mystery.
I don't know where you are my friend,
I don't know if I'll ever know.
But maybe you'll be there when it's time to go.


agora só falta o show deles!